terça-feira, 21 de março de 2017

21 de março dia mundial da poesia - Dia da árvore - Dia Internacional da luta contra a discriminação racial


Fonte: Porto Editora - ensino do português no estrangeiro

"O Dia Mundial da Poesia celebra-se todos os anos no dia 21 de março, desde 1999. Tem como objetivo promover a leitura e a escrita de poesia. Mas… o que é a poesia?

Definir poesia não é muito fácil. José Fanha, autor de poemas, textos e canções, diz que a poesia é “a arte das palavras”, “uma janela aberta sobre o mistério maravilhoso das palavras”.

A poesia é uma arte, como a música ou a pintura. Mas, quando falamos de poesia, podemos referir-nos a um certo tipo de texto – o texto poético, o poema – escrito em verso, com ritmo e, às vezes, com rima. Ou podemos estar a pensar na magia, na imaginação que nos faz ver as coisas de forma diferente…

Em ambos os casos há emoções, inspiração, beleza… Em ambos os casos existem poetas (e poetisas). E, por isso, todos nós somos um bocadinho poetas (e poetisas). Porque, às vezes, temos uma maneira especial de ver ou sentir o que está à nossa volta. E, às vezes, encontramos uma maneira especial de dizer o que pensamos, imaginamos ou sentimos. E isso é a verdadeira poesia!


Miguel Torga escreve, no seu poema “Majestade”:

                 Passa um rei – é o poeta.
                Não pela força de mandar,
                Mas pela graça mágica e secreta
                De imaginar.
                         (…)

Miguel Torga, “Majestade”, in Antologia Poética,
4.ª ed., Coimbra, ed. do autor, 1994

Miguel Torga: poeta e escritor português do século XX."

Para ficares a conhecer mais sobre Miguel Torga, visita este site




Agora, ouve a canção Perdidamente, um poema de Florbela Espanca interpretado pela Ala dos Namorados e  Sara Tavares.


O dia 21 de março é também o Dia Internacional da Árvore (ou da Floresta) e o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial. Aqui ficam dois poemas de António Gedeão para celebrar estas datas.


Poema da Árvore

As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.


                           António Gedeão, Obra Poética, Lisboa, 
                                               Edições Sá da Costa, 2008




Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial.


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